Novos ovos de arara-azul-de-lear são conservados em Araçoiaba da Serra para preservar espécie ameaçada
09/12/2025
(Foto: Reprodução) Centro ambiental de Araçoiaba da Serra mantém arara-azul-de-lear ameaçada de extinção
Novos ovos de arara-azul-de-lear são conservados em Araçoiaba da Serra (SP). O Núcleo de Conservação tem o objetivo de preservar a espécie, que está em risco de extinção na fauna brasileira.
A conservação aumenta as esperanças de que as aves tenham uma população de segurança e garante que a espécie não desapareça.
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A população da arara-azul-de-lear é de aproximadamente 2,2 mil indivíduos. Na natureza, elas vivem na região da Caatinga, no nordeste da Bahia, como explica a veterinária-chefe do núcleo, Mayara Caiaffa.
"Ela só existe nessa região, por isso está em risco de extinção. A arara-azul-de-lear é comparada à arara-azul, porém é um pouco menor e tem algumas pequenas diferenças na bochecha", explica a veterinária.
A destruição do habitat natural e o tráfico de animais silvestres ameaçam a existência delas. A veterinária conta que, no CECFAU, além das espécies que nasceram no núcleo, existem aves que foram resgatadas e carregam marcas dos traficantes.
Centro ambiental de Araçoiaba da Serra conserva espécies em risco de extinção
Reprodução/TV TEM
"O tráfico afeta muito o comportamento e dificulta a reprodução da espécie, mas, através do cuidado e fornecimento de alimentos naturais, vamos melhorando o comportamento, apesar de ser um processo longo", explica.
Nos viveiros, tudo é acompanhado e calculado pelos profissionais. A alimentação e os estímulos que elas recebem criam condições para que as aves se desenvolvam bem. Algumas voltam à natureza, mas outras não adquirem habilidades para sobreviver sozinhas. Isso é avaliado por meio de testes. Até a forma como a arara abre os alimentos é considerada para saber se tem condições de ir para a soltura. Muitas passam a vida toda na instituição.
O local também abriga outros animais característicos de diferentes regiões do Brasil, ameaçados de extinção.
O objetivo do local é fornecer condições de reprodução para quatro espécies. Além das araras, há o mico-leão-preto, o sagui-da-serra-escuro e a perereca-pintada-do-rio-pomba. A perereca é originária de Cataguases, Minas Gerais, e vive em uma área de um quilômetro quadrado. No núcleo, há mais de 200 exemplares da espécie, que são cuidadas para se sentirem em casa.
Espécie de perereca-pintada-do-rio-pomba criada no Núcleo
Reprodução/TEM Notícias
A chuva característica da região de onde veio é simulada por tubos de PVC. A neblina é feita com a ajuda de um umidificador, conta a tutora Stella Moura.
"Mantemos os terrários úmidos. Cada terrário simula o local de onde vivem. Os canos simulam um bambuzal e têm buracos para se esconderem de possíveis predadores. A gente tenta manter o ambiente delas bem próximo ao natural", explica.
No caso das araras-azuis-de-lear, a missão de garantir a continuidade da vida tem ainda mais desafios. Não basta reunir um macho e uma fêmea da espécie, elas precisam encontrar o par perfeito.
No Centro de Conservação, há 12 aves, mas somente um casal reprodutor. O motivo é que as araras são monogâmicas e só têm um par durante toda a vida. Para dar certo, é preciso encontrar a 'alma-gêmea'.
A busca por essa combinação passa por testar vários casais, até que um dê certo. Normalmente, não é de primeira. Quando os dois indivíduos se gostam e decidem ficar juntos, é motivo de comemoração. A reprodução produz três ovos a cada ciclo. São três novas chances de que esta forma de vida, tão rara, continue.
"Para poderem se reproduzir, precisam chegar aos sete anos de vida e, depois de encontrar o par ideal, leva cerca de três anos até começarem a colocar os ovos. Normalmente, quando são pais de primeira viagem, não sabem criar os filhotes. Então, é muito longo o processo de criar o filhote até a soltura", explica Mayara Caiaffa.
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