A descoberta da abelha com chifres 'diabólicos' e batizada de 'Lucifer' por cientista
11/11/2025
(Foto: Reprodução) Pequenos chifres semelhantes aos de um diabo inspiraram o nome da nova espécie nativa de abelha, Lucifer.
Dr Kit Prendergast
Cientistas australianos descobriram uma nova espécie nativa de abelha com chifres minúsculos — e deram a ela um nome demoníaco.
Os pesquisadores encontraram a Megachile lucifer enquanto observavam uma rara flor silvestre que só cresce nas montanhas Bremer, na região de Goldfields, no oeste da Austrália, a 470 quilômetros a leste de Perth.
Os chifres — considerados muito "proeminentes" — aparecem apenas nas fêmeas e podem servir como mecanismo de defesa, para coletar pólen ou néctar, ou ainda para reunir materiais como resina para construir ninhos.
A pesquisadora que liderou o estudo contou que se inspirou no nome Lucifer porque estava assistindo à série da Netflix de mesmo nome na época. Ela acrescentou que essa é a primeira nova integrante desse grupo de abelhas em 20 anos.
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"A fêmea tinha esses incríveis chifrinhos no rosto", afirma Kit Prendergast, da Curtin University.
"Enquanto escrevia a descrição da nova espécie, eu estava vendo a série Lucifer, e o nome simplesmente caiu como uma luva. Também sou grande fã do personagem da Netflix, então foi uma decisão fácil."
Lucifer — que significa "portador da luz", em latim — também faz referência à importância de jogar luz sobre a necessidade de melhor conservação das abelhas nativas e de maior compreensão sobre como plantas ameaçadas são polinizadas, explicou ela.
O artigo, publicado no Journal of Hymenoptera Research, também pede que a área onde a nova espécie de abelha e as raras flores silvestres foram encontradas seja "formalmente protegida e registrada como uma zona de conservação que não possa ser desmatada".
"Como a nova espécie foi descoberta na mesma pequena área que a flor ameaçada, ambas podem estar em risco devido à perturbação do habitat e a outros processos de ameaça, como as mudanças climáticas", disse a cientista, acrescentando que muitas empresas de mineração não consideram as abelhas nativas em suas avaliações de impacto ambiental.
"Assim, podemos estar deixando de identificar espécies ainda não descritas — inclusive aquelas que desempenham papéis cruciais na manutenção de plantas e ecossistemas ameaçados.
Sem saber quais abelhas nativas existem e de quais plantas elas dependem, corremos o risco de perder ambas antes mesmo de perceber que estavam ali."
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