Bioeconomia: inscrições prorrogadas de editais que oferecem R$ 2 milhões a projetos sustentáveis na Amazônia
14/07/2025
(Foto: Reprodução) Inscrições vão até 29 de julho. Iniciativa busca posicionar a capital paraense como polo global de inovação em bioeconomia e soluções urbanas Açaí é um insumos mais proeminentes no Pará e com potencial de destaque na bioeconomia
DIBB
Segue aberto até dia 29 de julho o prazo de inscrições nos quatro editais do Distrito de Inovação e Bioeconomia de Belém (DIBB) para selecionar ideias e negócios voltados à bioeconomia e à inovação urbana na Amazônia. No total, os editais aportam R$2 milhões em recursos para incentivar os projetos selecionados. Além do apoio financeiro, os programas oferecem capacitação, mentorias especializadas. A iniciativa busca fomentar empreendimentos que unam tecnologia, conhecimento tradicional e sustentabilidade, em um momento em que Belém se prepara para sediar a COP 30.
Podem se inscrever pessoas físicas, empreendedores, profissionais ou empresas que atuem ou pretendam desenvolver seus negócios na Região Metropolitana de Belém, composta pelos municípios de Belém, Ananindeua, Marituba, Benevides, Santa Bárbara do Pará, Santa Izabel do Pará, Castanhal e Barcarena.
O DIBB integra o convênio Gestão de Resíduos Sólidos, Educação Ambiental e Inovação em Bioeconomia para Belém rumo à COP 30, um projeto de extensão da Universidade Federal do Pará (UFPA), realizado em parceria com a Prefeitura de Belém, a Fundação de Amparo e Desenvolvimento da Pesquisa (FADESP) e o Itaipu Parquetec, com financiamento da Itaipu Binacional.
Nova Economia da Amazônia
O fomento à bioeconomia tem se consolidado como estratégia para aliar desenvolvimento econômico à conservação ambiental. Baseado em recursos renováveis, saberes tradicionais e inovação, o setor já movimenta cerca de R$ 12 bilhões por ano e pode ultrapassar R$ 40 bilhões até 2050, com a geração de mais de 800 mil empregos. No Pará, por exemplo, 13 cadeias produtivas da bioeconomia já movimentam R$ 9 bilhões e, com investimentos públicos, podem gerar R$ 816 milhões em PIB adicional e 6.500 empregos.
"Com vasta riqueza natural, saberes tradicionais e cadeias produtivas ligadas à floresta, a Amazônia reúne condições únicas para liderar uma nova economia verde", destaca destaca Antonio Abelém, coordenador de inovação do DIBB.
"A bioeconomia — que envolve áreas como alimentos nativos, cosméticos naturais, biotecnologia, rastreabilidade, saneamento, energia limpa e turismo sustentável — é um dos principais vetores para gerar renda, fortalecer comunidades e proteger o território. O DIBB atua para articular ciência, inovação e empreendedorismo a partir dessas potencialidades", completa.
Além do impacto econômico, a bioeconomia é essencial no enfrentamento da crise climática. O uso sustentável dos recursos naturais pode preservar até 81 milhões de hectares de floresta, aumentar em 19% o estoque de carbono e reduzir significativamente as emissões agropecuárias até 2050. A transição para uma economia de base florestal e tecnológica se apresenta como solução concreta para frear o desmatamento, valorizando a floresta em pé como ativo produtivo, social e ambiental.
Esse movimento já atrai atenção internacional. Estima-se que o mercado global da bioeconomia possa alcançar US$ 7,7 trilhões até 2030, impulsionado pela demanda por soluções sustentáveis, alimentos nativos, cosméticos, fármacos e tecnologias baseadas na biodiversidade. Cada R$ 1 investido em bioeconomia pode gerar até R$ 1,40 em valor bruto ao comércio. Diante da proximidade da COP 30, que será sediada em Belém, a consolidação da bioeconomia como eixo estratégico para o desenvolvimento amazônico se mostra não apenas viável, mas urgente.
Conheça os editais do DIBB
O DIBB oferece quatro editais voltados à bioeconomia e soluções sustentáveis para a Amazônia, com foco em negócios em estágio inicial (pré-incubação) e em operação (aceleração). Todos os programas têm duração de seis meses, incluem oficinas, mentorias e apoio financeiro para até cinco propostas selecionadas. As áreas temáticas envolvem sociobiodiversidade, infraestrutura urbana, tecnologias sustentáveis e mais.
Edital 1 – Pré-Incubação de Empreendimentos Amazônicos: Voltado a empreendedores da Região Metropolitana de Belém com ideias sustentáveis baseadas na sociobiodiversidade. O foco são negócios nas áreas de alimentos, cosméticos, TICs, moda, turismo, rastreabilidade, saneamento, entre outros.
Edital 2 – Aceleração de Empreendimentos Amazônicos: Destinado a empresas já em operação na bioeconomia amazônica, com propostas inovadoras e sustentáveis. Busca escalar negócios com alto potencial de impacto e replicabilidade.
Edital 3 – Pré-Incubação para Soluções Urbanas: Para ideias aplicáveis ao meio urbano amazônico, como mobilidade, infraestrutura verde, gestão de resíduos, água e esgoto. Voltado a quem quer desenvolver soluções sustentáveis para cidades da região.
Edital 4 – Aceleração para Soluções Urbanas: Focado na expansão de negócios urbanos sustentáveis já existentes. Apoia propostas com potencial de impacto em áreas como as citadas na pré-incubação.
Inscrições abertas
Os quatro editais estão com inscrições abertas até as 23h59 de 29 de julho de 2025, exclusivamente pelo site do DIBB.
VÍDEOS: veja todas as notícias do Pará