Carlos Dafé, pioneiro do soul brasileiro, põe ‘Bloco da harmonia’ na rua para promover álbum previsto para outubro
02/08/2025
(Foto: Reprodução) Carlos Dafé lança o oitavo álbum pelo selo norte-americano Jazz Is Dead, do produtor musical Adrian Younge
Divulgação / Jazz Is Dead
♫ NOTÍCIA
♪ Selo fonográfico criado pelo produtor e arranjador norte-americano Adrian Younge, Jazz Is Dead tem lançado sucessivos álbuns de artistas brasileiros que foram pioneiros na construção da cena nacional de black music na virada dos anos 1960 para os 1970.
Depois de lançar discos de Hyldon e do pianista Dom Salvador, o selo disponibiliza em 17 de outubro, em edição digital e no formato de LP, um álbum de Carlos Dafé, cantor, compositor e músico carioca projetado em 1977 com a gravação de Pra que vou recordar o que chorei, samba-canção de alma soul amplificado em escala nacional na trilha sonora da novela Dona Xepa (TV Globo, 1977).
O álbum de Dafé é o 25º título da série de Younge e traz nove músicas no repertório, transitando por samba, soul e funk. Bloco da harmonia, ode ao Carnaval composta com inspiração na homenagem que Dafé recebeu do bloco paulistano Muriçoca Soul no Carnaval de 2023, já está disponível como segundo single do álbum desde terça-feira, 29 de julho.
Aberto com a música Amor enfeitiçado (2024), parceria de Dafé com Adrian Younge lançada em setembro do ano passado como amostra inicial do trabalho, o oitavo álbum de Dafé alinha composições como Verdadeiro sentimento, O baile funk vai rolar, E um pouco de paz, O jazz está morto (nome do selo em português), É real... É verdade e Como entender o amor.
Nascido José Carlos de Souza, Dafé entrou em cena em 1967. Surgiu no grupo Senzala, semente da banda Black Rio, e também passou pelas bandas Fuzi 9 – com a qual lançou álbum em 1970 – e Abolição antes de tocar na banda do contemporâneo Tim Maia (1942 – 1998) e de ser contratado em 1976 pela WEA, gravadora então recém-instalada no Brasil, no embalo da explosão do movimento Black Rio na mídia naquele ano de 1976.
Na WEA, Dafé gravou três álbuns entre 1977 e 1979, com destaque para o primeiro, Pra que vou recordar. Após os anos 1970, Carlos Dafé foi perdendo visibilidade no mercado, construindo discografia espaçada que contabiliza somente sete títulos, incluindo os três da WEA. O último álbum do artista, sintomaticamente intitulado De volta ao baile, foi lançado em 2014.
Capa do oitavo álbum de Carlos Dafé
Divulgação