Com ataque a prédio de luxo, quadrilha tentou desviar foco das investigações sobre esquema de joias roubadas, diz MP
27/11/2025
(Foto: Reprodução) A associação criminosa por trás dos roubos de joias no interior de São Paulo e de uma rede de receptação que passava por três estados planejou um assalto a um prédio de alto padrão no Centro de Ribeirão Preto (SP) para desviar o foco das investigações, afirma a promotora de Justiça Ethel Cipele.
Segundo a representante do Ministério Público, os assaltantes invadiram o edifício na Rua Campos Salles, no fim de setembro, depois que a força-tarefa e prendeu Diego de Freitas, conhecido como Diego Ouro, em Ribeirão Preto, após identificar receptadores no Paraná e em Minas Gerais.
De acordo com as autoridades, Diego é um dos responsáveis por comandar as receptações das joias roubadas de endereços como uma casa na Ribeirânia, invadida em maio deste ano.
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"Eles queriam tirar a atenção da investigação do roubo da Ribeirânia e por isso teriam também praticado o roubo também na Campos Salles para que as investigações se desviassem, porque são muitas pessoas envolvidas em toda a preparação do roubo à residência", afirma Ethel.
Mulher passa mal ao ser abordada por assaltantes dentro de prédio em Ribeirão Preto (SP).
Reprodução/EPTV
Relacionados à mesma organização criminosa, os dois roubos resultaram em um prejuízo estimado em R$ 10 milhões e estão entre os 15 que, segundo as autoridades, eram planejados pela quadrilha na cidade.
Os casos resultaram em inquéritos policiais que resultaram em duas ações penais com ao menos 23 pessoas identificadas - seis delas relacionadas aos dois assaltos. Pelo roubo ocorrido em maio, na Ribeirânia, são 12 pessoas identificadas, que vão responder por roubo qualificado, associação criminosa, receptação, inclusive qualificada, adulteração de sinais identificadores de veiculo.
Nesse caso, ainda há duas pessoas não identificadas, uma apenas conhecida pelo codinome "Nem" e outra conhecida pelo codinome "Mensagem", segundo o Ministério Público.
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Pelo "arrastão" no prédio do Centro, em setembro, são 17 identificados, 15 deles presos e já considerados réus. Eles responderão por associação criminosa armada, roubo qualificado, extorsão qualificada, furto, receptação, adulteração de sinal identificador de veículo e uso de documento falso.
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Roubos de joias em Ribeirão Preto
Com uma rede de receptação que liga São Paulo, Minas Gerais e Paraná mostrada em primeira mão pelo Fantástico, a quadrilha foi alvo de uma primeira operação em setembro depois de ser investigada por invadir residências para roubar joias. Entre os crimes cometidos está um assalto a uma casa no bairro Ribeirânia, zona leste da cidade, em maio deste ano.
Depois de invadirem o imóvel, onde estavam um casal de idosos, o filho e uma funcionária, criminosos levaram 300 peças, incluindo um colar de ouro e diamantes, comprado há mais de 20 anos, reconhecido pela esposa da vítima enquanto era vendido ao vivo pelo programa "Mil e Uma Noites", do Paraná. A família passou a acompanhar a programação e identificou outras peças roubadas sendo comercializadas.
Diego de Freitas, o Diego Ouro, preso suspeito de participar de esquema de receptação de joias roubadas.
Reprodução/Fantástico
Segundo as investigações, somente neste assalto, a quadrilha levou em torno de R$ 5 milhões.
Em 24 de setembro, uma nova ação criminosa, também em Ribeirão Preto, chamaria atenção das autoridades. Dessa vez, o alvo foi um edifício de alto padrão no Centro de Ribeirão Preto, onde prestadores de serviço e moradores foram rendidos, resultando na invasão de seis apartamentos, de onde também foram levadas joias, com um prejuízo estimado em mais de R$ 4 milhões..
A ação não só contou com várias pessoas envolvidas, como também com um planejamento que incluiu o aluguel prévio de um imóvel no mesmo condomínio, com uso de documentos falsos, para facilitar a circulação dos criminosos pelo local.
Tecnologia e planejamento para o crime
Ao longo das investigações, a Polícia Civil e o Ministério Público concluíram que a associação criminosa por trás desses roubos se valia não só de uma estrutura com divisões de tarefas e núcleos bem definidos, mas também com recursos tecnológicos que facilitaram a sua atuação.
Entre eles estão aparelhos para decodificação de controles de portões eletrônicos e equipamentos para burlar sistemas de reconhecimento facial nas portarias, bem como veículos com placas clonadas.
Além disso, o grupo utilizava um aplicativo, com uma tecnologia geralmente destinada a instituições bancárias para análise financeira, para rastrear bens e selecionar potenciais vítimas, posteriormente monitoradas por câmeras em locais estratégicos e pelas redes sociais.
"Utilizando-se de um aplicativo que foi criado por questões bancárias, eles conseguem levantar pessoas potenciais a serem vítimas, levantam o cotidiano através de redes sociais, de câmeras instaladas indevidamente. Eles mesmos acabam fazendo campanas, analisando toda essa questão e com base nesse arcabouço todo eles decidem o melhor dia, a melhor hora e a melhor forma de cometer o crime", afirmou o delegado André Baldocchi, da Polícia Civil.
Joias roubadas de família em Ribeirão Preto, SP, foram recuperadas após vítima reconhecê-las em programa de TV
Fantástico/TV Globo
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