Crime da 113 Sul: defesa de Adriana Villela pede 11 novos depoimentos na volta do caso à 1ª instância
20/10/2025
(Foto: Reprodução) Crime da 113 Sul: quem é Adriana Villela, acusada de mandar matar os próprios pais
A defesa de Adriana Villela pediu 11 novos depoimentos para a produção de provas na segunda-feira (13). A solicitação também inclui novas perícias e degravações para a análise do caso em primeira instância (veja lista abaixo).
Adriana Villela foi condenada, em 2019, como suposta mandante do triplo homicídio, conhecido como Crime da 113 Sul. Mas em setembro de 2025, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) anulou a condenação de Villela, por entender que houve cerceamento de defesa, e o caso voltou à primeira instância.
✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 DF no WhatsApp.
O documento da defesa de Villela foi apresentado após o juiz que assumiu o caso intimar, em 30 de setembro, os advogados a se manifestarem sobre a necessidade de novas provas e determinar que as provas já produzidas fossem validadas.
A lista de depoimentos inclui Francisco Mairlon Barros Aguiar, inocentado na última terça-feira (14) após o STJ reconhecer que depoimentos dados sob pressão de investigadores não são prova suficiente (veja abaixo).
A defesa de Adriana Villela pede:
Identificação da caixa de mídias: informações sobre os conteúdos entregues à defesa durante o julgamento de Adriana Villela, em 2019, inclusive o depoimento dos dois condenados pela execução do crime – Paulo Cardoso Santana e Leonardo Campos Alves.
Acesso e análise das mídias: cópia integral das mídias, perícia oficial com assistente técnico para análise digital e degravação de áudios com baixa qualidade.
Listagem de depoimentos gravados na Coordenação de Investigação de Crimes contra a Vida (Corvida): pedido à autoridade policial para listar todos os depoimentos gravados em áudio/vídeo, para comparação com as mídias do cartório.
Degravação do depoimento de Leonardo Campos Alves: feita por perícia oficial do depoimento de 19 de novembro de 2010 na Corvida.
Degravação do depoimento de Paulo Cardoso Santana: feita por perícia oficial dos depoimentos de 22, 23 e 24 de novembro de 2010 na Corvida.
Reconstituição do trajeto de Adriana Villela no dia do crime: feita por peritos oficiais e acompanhada de um assistente técnico indicado pela defesa.
Perícia técnica sobre ERBs (estações rádio-base): telefones de Leonardo, Paulo e Neilor Teixeira da Mota – tio de Paulo, um dos condenados pelo crime –, para verificar deslocamento para Brasília no dia do crime e datas próximas.
Perícia técnica sobre ERBs de vítimas: telefones de José Guilherme Villela, Maria Villela e Francisca Nascimento, para esclarecer horários de chegada ao local do crime.
Perícia técnica sobre ligações telefônicas entre Leonardo e Neilor: no dia do crime e entre 1° de julho e 31 de outubro de 2009.
Informações do condomínio SQS 113 Bloco C: identificação dos porteiros que estavam de serviço entre 27 e 31 de agosto de 2009, para possível oitiva como testemunhas.
Perícia técnica sobre ligações entre Leonardo, Marcos Santana e Gerson Belarmino: entre 27 e 31 de agosto de 2009.
Tomada de novos 11 depoimentos – veja lista abaixo;
Entrevista de Paulo Santana: defesa pede para a ONG Innocence Project Brasil o envio da entrevista concedida por Paulo em fevereiro de 2024.
O caso corre agora no Tribunal do Júri de Brasília.
A defesa de Adriana Villela pediu que 11 pessoas prestem novos depoimentos:
Paulo Cardoso Santana: sobrinho de Leonardo. Em 2016 foi condenado a 62 anos de reclusão.
Francisco Mairlon Barros Aguiar: vizinho de Paulo Santana na época do crime, ele foi inocentado pelo STJ após quase 15 anos preso.
Leonardo Campos Alves: ex-porteiro do prédio onde o casal Villela morava. Em 2013, foi condenado a 60 anos de reclusão.
André Vítor Espírito Santo
Geraldo Flávio de Macedo Soares: advogado que atuou na defesa de Leonardo Campos Alves.
Fabrício Falcão de Ornelas
Sami A. R. J. El Jundi: perito.
Rodrigo de Almeida Heringer
Livino Silva Neto
Gerson Belarmino de Souza
Marcos Santana
Crime da 113 Sul
O crime ocorreu em 28 de agosto de 2009, no sexto andar do bloco C da 113 Sul, quadra nobre de Brasília. No local, residiam José Guilherme Villela e sua esposa, Maria Villela.
Os dois formavam um renomado casal de advogados, responsáveis por um escritório que atendia o mais alto escalão da capital federal, incluindo ex-presidentes e ministros.
Foram mortos a golpes de faca:
José Guilherme Villela, 73 anos, ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), morto com 38 facadas;
Maria Carvalho Mendes Villela, 69 anos, advogada, morta com 12 facadas;
Francisca Nascimento da Silva, 58 anos, a empregada doméstica da família, morta com 23 facadas.
Quem é Adriana Villela?
Adriana Villela no documentário 'Crime da 113 Sul'
TV Globo
Nascida em Brasília em 1964, Adriana Villela é filha de José Guilherme Villela e Maria Carvalho Mendes Villela. Além de Adriana, o casal também teve Augusto Villela, o filho mais novo.
Adriana graduou-se em arquitetura e urbanismo pela Universidade de Brasília (UnB) em 1987. Após 20 anos, obteve o título de mestre em desenvolvimento sustentável, também pela UnB.
Em meados de 2010, cerca de um ano após o crime, a arquiteta se mudou para um apartamento no Leblon, no Rio de Janeiro. O empreendimento foi deixado pelos pais para ela.
Recentemente, ela se mudou para uma cidade no interior da Bahia, onde vive atualmente. Relatos ainda dão conta de que ela vem pouco para Brasília devido à memória do crime – que ainda é muito viva na capital.
VÍDEO: mulher tem carro depredado por adolescentes durante ação social no DF
SAÚDE MENTAL NO DF: com a 2ª pior cobertura de CAPS do país, DF segue ritmo lento para ampliar atenção à saúde mental
Leia mais notícias sobre a região no g1 DF.
