Deputados tentam barrar que alunos com reprovações em até 6 matérias passem de ano no RJ

  • 11/12/2025
(Foto: Reprodução)
Nova regra de aprovação no ensino médio da rede estadual do RJ gera debate entre especialistas Deputados estaduais do Rio de Janeiro iniciaram um movimento para suspender o decreto do governo que permite que alunos do ensino médio avancem de série mesmo reprovados em até seis disciplinas, metade de todo o currículo. 📱Baixe o app do g1 para ver notícias do RJ em tempo real e de graça A iniciativa é liderada pela Comissão de Educação da Alerj, que classificou a norma como prejudicial à aprendizagem e apresentou um projeto para sustar os efeitos da medida. O decreto assinado pelo governador criou o Regime Extraordinário de Progressão Parcial, que já está em vigor e pode impactar cerca de 400 mil estudantes da rede estadual de ensino. O prédio da secretaria de Educação do RJ Marcos Serra Lima/G1 Segundo especialistas, o número de pendências permitido no Rio é um dos mais altos do país e se distancia do padrão adotado pela maior parte das redes estaduais. O projeto na Alerj O deputado Flavio Serafini (PSOL), integrante da Comissão de Educação, é autor do projeto que tenta barrar a iniciativa do governo. Ele afirma que a regra nega ao aluno o direito de aprender. “Não dá pra um aluno que é reprovado em metade das disciplinas progredir pro ano seguinte se a gente sabe que ele não vai ter condições de recuperar. É negar ao aluno o direito de aprendizagem.”, disse Serafini. O texto aguarda publicação pela presidência da Assembleia para começar a tramitar no parlamento. Nos bastidores, parlamentares afirmam que há maioria para discutir a suspensão do decreto já no início do ano legislativo. O que mudou na prática O decreto que já está em vigor e prevê que: Alunos da 1ª e 2ª séries podem avançar de ano mesmo reprovados em até 6 disciplinas. Estudantes da 3ª série têm limite de 3 matérias. Quem avançar com pendências precisa cumprir um plano rigoroso de recomposição, a ser concluído até o fim do 1º trimestre do ano seguinte. As escolas deverão abrir turmas específicas de progressão parcial, no turno regular ou no contraturno, presenciais ou remotas. O plano também estabelece metas de aprovação: 92% na 1ª série 95% na 2ª 97% na 3ª Servidores das escolas que alcançarem as metas receberão bonificação de R$ 3 mil. Especialistas afirmam que esse mecanismo pode incentivar aprovações artificiais. Só 2 estados adotam a mesma regra O Ministério da Educação informou que o governo do Rio de Janeiro não fez nenhuma consulta técnica antes de implementar o modelo. A progressão parcial é prevista na Lei de Diretrizes e Bases, mas cada estado define seus limites e mecanismos. Segundo levantamento do RJ2, apenas dois estados permitem avanço com tantas pendências quanto o Rio. Segundo levantamento do RJ2, apenas dois estados permitem avanço com tantas pendências quanto o Rio. Reprodução/TV Globo O levantamento mostra que a maioria dos estados adota progressão parcial, mas com limites menores: 10 estados permitem avanço com até três matérias; Goiás admite apenas duas; Paraná, Espírito Santo e Tocantins não aplicam o regime. Além do Rio, só Rio Grande do Norte e Paraíba autorizam avanço com até seis disciplinas. Críticas de especialistas A medida vem sendo criticada por educadores, que afirmam que o modelo pode agravar deficiências de aprendizagem. A presidente da ONG Todos Pela Educação, Priscila Cruz, é contra o decreto. “Na educação básica, o nome diz tudo, educação básica. O aluno ele precisa aprender tudo, tá lá na base nacional curricular.” “O que a gente precisa garantir é que essa educação básica seja atingida pelo menos no nível básico pra todos os estudantes.”, completou Cruz. Priscila também alerta para efeitos no Ideb. “É uma forma de o governo melhorar artificialmente os resultados do Ideb (...). O estado está aprovando alunos que não aprenderam.” Estudantes da rede estadual do Rio terão novas regras de progressão a partir de 2025, com recuperação especial para evitar evasão escolar Reprodução/TV Globo A professora e pesquisadora Claudia Costin diz que não é a progressão parcial em si, mas o tamanho da flexibilização que preocupa: “O que me assustou foi o número de disciplinas. Duas até poderiam ser administráveis. Mas seis é praticamente impossível.” O que diz o Governo A Secretaria de Estado de Educação, chefiada por Roberta Barreto, foi procurada desde segunda-feira para conceder entrevista sobre o novo modelo de progressão parcial no ensino médio, mas não atendeu ao pedido. A pasta optou por responder por meio de nota oficial. No texto enviado, a secretaria afirma que a nova regra “se trata de uma progressão parcial com um plano rigoroso de recomposição que se estende por três meses no próximo ano letivo”. A pasta também diz que a medida integra o Pacto Estadual de Enfrentamento à Evasão e busca garantir a permanência dos estudantes na escola. A secretaria, porém, não explicou a informação incorreta divulgada anteriormente pelo governo do estado sobre o Paraná. Diferentemente do que havia sido afirmado, o Paraná informou que não adota a progressão parcial.

FONTE: https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/2025/12/11/deputados-tentam-barrar-que-alunos-com-reprovacoes-em-ate-6-materias-passem-de-ano-no-rj.ghtml


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