Desemprego diminui nos primeiros 3 meses de 2025 em comparação com o mesmo trimestre de 2024
30/04/2025
(Foto: Reprodução) Segundo o IBGE, é a menor taxa para o primeiro trimestre desde o início da série histórica da pesquisa, em 2012. Desemprego diminui nos primeiros 3 meses de 2025 em comparação com o mesmo trimestre de 2024
O desemprego diminuiu nos primeiros três meses de 2025 em comparação com o mesmo trimestre de 2024. O maior número de vagas surgiu na indústria.
A esperança da Ilka dos Santos Oliveira é conquistar uma das mais de 400 vagas oferecidas em um feirão de empregos na Zona Norte do Rio de Janeiro. Mas teme que a idade possa prejudicar o sonho de voltar ao mercado de trabalho.
“Em shopping, estou tendo bastante dificuldade porque eu também tenho experiência nessa área. Aí estão preferindo mais as novinhas”, conta Ilka.
A oferta de empregos costuma cair quando as festas de fim de ano terminam. Mas, segundo o IBGE, no início de 2025, o que caiu foi o desemprego. De janeiro a março de 2025, a taxa de desocupação teve uma redução de 0,9% em comparação com o mesmo período de 2024. É a menor taxa para o primeiro trimestre desde o início da série histórica da pesquisa, em 2012. Já o rendimento médio dos trabalhadores cresceu 4% em comparação com o mesmo período de 2024 e chegou a R$ 3.410.
Para se ter uma ideia, nesse período, o comércio e as oficinas de carros e motos contrataram quase 600 mil pessoas. A indústria criou mais de 430 mil vagas. No último ano, cerca de 1,5 milhão de brasileiros entraram no mercado de trabalho. Na comparação com o primeiro trimestre de 2024, a taxa de informalidade foi de 38,9% para 38% da população ocupada. São quase 39 milhões de pessoas. O Magno Cesar vive de bico há sete anos.
“Trabalho informal. Trabalho como pedreiro, trabalho como corte e costura, corro atrás, não pode ficar parado”, conta.
Desemprego diminui nos primeiros 3 meses de 2025 em comparação com o mesmo trimestre de 2024
Jornal Nacional/ Reprodução
O economista Fernando de Holanda, da FGV, diz que mudanças na legislação trabalhista, em 2017, permitiram que muita gente saísse da informalidade depois da pandemia. Além disso, o aquecimento da economia nos últimos dois anos aumentou o número de pessoas com carteira assinada ou que trabalham por conta própria e são donos de micro e pequenas empresas.
"Sempre quando a gente tem uma economia que está com a atividade aquecida e crescendo mais do que o esperado, diversos setores se beneficiam ao mesmo tempo, aumentando o emprego geral da economia", afirma Fernando de Holanda Barbosa Filho, economista da FGV Ibre.
O pesquisador Sandro Sacchet, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, diz que um dos desafios é criar empregos de qualidade para melhorar o desempenho da economia:
“Ainda dois terços das nossas ocupações são ocupações que exigem, no máximo, até ensino fundamental. Não exigem, praticamente, qualificação nenhuma. Os desafios estruturais no mercado de trabalho são neste sentido: de gerar investimentos que sejam de qualidade, que exijam uma mão de obra qualificada e a criação de uma mão de obra qualificada baseada em uma educação de melhor qualidade”.
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