Empresa brasileira vence prêmio do príncipe William com projeto que usa IA para reflorestar Amazônia

  • 13/11/2025
Empresa brasileira une tecnologia e natureza para restaurar florestas Uma combinação de inteligência artificial, imagens de satélite e dados ecológicos que tem como objetivo restaurar um milhão de hectares de floresta na Amazônia e na Mata Atlântica. Esse é o projeto desenvolvido pela re.green, empresa brasileira de reflorestamento vencedora de uma das categorias do Earthshot Prize 2025. 🌱 O Earthshot Prize foi criado em 2020 pelo Príncipe William e tem como propósito buscar exemplos de liderança climática e resolução de problemas ambientais. O prêmio sempre destaca os 15 finalistas mais inspiradores e tem cinco vencedores anualmente, que ganham 1 milhão de libras cada para investirem em seus projetos. Empresa brasileira re.green trabalha com toda a cadeia de restauração, desde a coleta das sementes até a comercialização do crédito de carbono. Divulgação/re.green A re.green, fundada em 2021, foi a ganhadora na categoria "Protect & Restore Nature" ("Proteger e Restaurar a Natureza", em inglês). A empresa trabalha com toda a cadeia de restauração, desde a coleta das sementes até a comercialização do crédito de carbono. (entenda mais abaixo) "Às vezes, as pessoas acham que restaurar um ecossistema é igual a plantar árvores. Mas não é. Exige um monte de considerações sobre métodos a serem usados, sobre quais espécies têm que estar presentes", detalha Thiago Picolo, CEO da re.green. A empresa diz que cerca de 6 milhões de mudas já foram cultivadas desde 2021, e há previsão para plantio de mais de 65 milhões até 2032. A companhia atua em mais de 34 mil hectares em quatro estados (Bahia, Pará, Maranhão e Mato Grosso), sendo que metade dessa área já está em processo de restauração. Mapeamento e compra de terras A empresa brasileira combina tecnologia com manejo de espécies para garantir um processo eficiente de restauração. Primeiro, são utilizados drones e imagens de satélite, além de dados ecológicos e financeiros, para identificar as áreas com maior potencial de recuperação. Projeto de reflorestamento da floresta amazônica no Maranhão. Divulgação/re.green É nessa etapa que entra também uma análise feita com o uso de inteligência artificial. A empresa desenvolveu algoritmos que conseguem entender, dentro de uma área específica, qual é o recorte restaurável e qual alocação de modelo de restauração é necessária. 📈Isso permite que seja estimado o custo de cada projeto e até qual a curva de carbono capturada estimada no local, a partir do reflorestamento. "Uma vez que a gente definiu quais são esses lugares que a gente vai estabelecer uma presença, a gente precisa encontrar propriedades específicas que possam ser negociadas ou adquiridas pela empresa", comenta Picolo. 👉Atualmente, a re.green conta com dois principais modelos nessa etapa do processo: Compra de propriedades pecuárias de baixa produtividade – as terras tornam-se propriedade da empresa e passam a ser usada para reflorestamento. Arrendamento de terras com os proprietários – o proprietário se torna parceiro da empresa, com participação nos lucros gerados pela terra pela restauração. Apesar de ainda atuar apenas em propriedades privadas, a empresa vê com bons olhos a possibilidade de, no futuro, desenvolver o projeto também em áreas públicas, por meio de concessões do governo. Frascos com óleo para 'chamar dinheiro' e muito mais: conheça a tradição das erveiras no Ver-o-Peso Modelos de restauração e monitoramento A partir daí, são desenvolvidos modelos de restauração baseados em espécies nativas e regionais, personalizados para cada região. "Entendemos que para conseguir restabelecer todos os processos ecossistêmicos e recuperar uma floresta resiliente, é fundamental que as plantas escolhidas sejam parte natural do bioma da região", afirma a empresa. Thiago ainda destaca que os modelos são desenvolvidos considerando o contexto de cada terra, isto é, como ela foi utilizada no passado e qual seu estado de degradação. "A restauração pode ir desde um processo mais intensivo, com muito plantio, até uma restauração menos intensiva, que chamamos de regeneração natural – quando a gente só ajuda a natureza a tomar o caminho que ela tem potencial para tomar", compara. 🌱Para isso, a re.green trabalha com 22 parceiros, incluindo a Bioflora, um dos maiores viveiros de espécies nativas brasileiras, com capacidade de produzir cerca de 3 milhões de mudas por ano. Projeto da re.green de restauração da Mata Atlântica na Bahia. Divulgação/re.green Após o plantio nas áreas selecionadas a empresa monitora a restauração e recuperação das florestas. Essa parte do processo é importante para garantir que as operações previstas na área sejam executadas da forma correta. "As avaliações são periódicas, tanto para entender se é necessário algum manejo adaptativo, como para mensurar o quanto de carbono está sendo sequestrado naquelas áreas", explica Picolo. Só então, são comercializados os créditos de carbono com as empresas que contratam os serviços da re.green. Além de ter como objetivo restaurar um milhão de hectares de floresta, a empresa pretende capturar 15 milhões de toneladas de CO₂ por ano. LEIA MAIS: Brasil anuncia menor taxa de desmatamento na Amazônia em 11 anos Por que o fogo passou a ter papel de destaque no desmatamento na Amazônia? Expansão do projeto Diretamente da COP30, no Pará, Thiago comenta que o objetivo da empresa é seguir expandindo sua atuação no Brasil e fazendo cada vez mais negócios com grandes companhias. "Se eu fechar o olho e imaginar a empresa nos próximos anos, eu gostaria de ter um rol de clientes tão bom quanto o que já temos, mas mais numeroso e com representatividade mais ampla em termos de geografias e setores", deseja. Ele pondera que cada projeto exige um investimento inicial considerável, mas a geração de valor acontece de forma consistente ao longo de muitos anos. Além do aumento no número de clientes, a empresa também mira no investimento público, para expandir as ações para áreas ainda maiores, inclusive por meio de concessões governamentais. "A gente é bem ambicioso com as metas que a gente coloca. Então, temos que ter um ritmo de crescimento ousado tanto na oferta quanto na demanda", projeta.

FONTE: https://g1.globo.com/meio-ambiente/cop-30/noticia/2025/11/13/empresa-brasileira-vence-premio-do-principe-william-com-projeto-que-usa-ia-para-reflorestar-amazonia.ghtml


#Compartilhe

Aplicativos


Locutor no Ar

Peça Sua Música

Top 5

top1
1. saudade da minha vida

gustavo lima

top2
2. uai

zé neto e cristiano

top3
3. rancorosa

henrique e juliano

top4
4. eu e voce

jorge e matheus

top5
5. solteirou

luan santana

Anunciantes