'Falou que eu era a cota do grupo', diz aluna da USP Ribeirão que denunciou colega por racismo

  • 10/12/2025
(Foto: Reprodução)
Estudante acusa colega de perseguição na USP em Ribeirão Preto, SP A estudante Priscila Motta da Rocha Antônio, de 21 anos, que denunciou uma colega por racismo nesta semana, afirma que a agressora se referia a ela como "a cota do grupo". As duas estão na mesma sala do primeiro ano do curso de nutrição da Universidade de São Paulo (USP), em Ribeirão Preto (SP), e se aproximaram no começo do ano letivo. "Ela falou que eu não poderia sair do grupo das meninas, que eram todas meninas brancas, que eu não podia sair desse grupo porque eu era a cota do grupo". ✅Clique aqui para seguir o canal do g1 Ribeirão e Franca no WhatsApp À EPTV, afiliada da TV Globo, Priscila revelou que se sentia sozinha nos primeiros dias de aula e, justamente por causa disso, se aproximou da colega de quem, posteriormente, afirma ter sofrido racismo. "Eu era muito sozinha na faculdade e comecei a andar com essa pessoa. Eu tinha que ser muito delicada, pisar muito em ovos, porque nunca sabia qual seria a reação dela e de que forma ela me trataria". LEIA TAMBÉM Aluna de nutrição da USP em Ribeirão Preto denuncia colega de sala por racismo Segundo a estudante, na primeira vez que foi alvo da colega, as duas conversavam com uma terceira pessoa sobre um curso que Priscila contou que gostaria de ter entrado. "Era um curso tecnicamente mais fácil que nutrição e aí uma menina e perguntou 'você conseguiu passar em nutrição, mas não conseguiu passar nesse curso?' E essa pessoa me cortou e falou 'amiga, é porque ela é cota'. E falou de uma forma pra desmerecer". Priscila Motta da Rocha Antônio, estudante de nutrição da USP Ribeirão Preto, SP Jefferson Neves/EPTV Depois disso, ainda segundo Priscila, os episódios se tornaram frequentes e ela diz que passou a sentir que era diminuída toda vez que tentava conversar com a colega. "A gente foi estudar na biblioteca, ela me acertou no braço com uma chave e tinha machucado muito. Eu reclamei, tive que insistir muito para ela pedir desculpa, ela pediu desculpa de uma forma super debochada. Teve um caso que ela falou que eu ia casar com um artista famoso preto, porque ele também era cotista". A USP marcou uma reunião com Priscila nesta quinta-feira (11) para discutir o caso. Mas bem antes disso, a estudante já tinha procurado a Comissão de Direitos Humanos (CDH), que ofereceu uma mediação de conflito, e a Pró-Reitoria de Inclusão e Pertencimento (PRIP). Na segunda-feira (8), a cientista social Jéssica Machado publicou o relato de Priscila nas redes sociais e, a partir daí, o caso ganhou repercussão. Segundo a estudante, a PRIP abriu um processo administrativo para investigar as denúncias só depois que o post viralizou. Em nota encaminhada à EPTV, a USP informou que, com base no relato formalizado, o caso foi encaminhado à Comissão de Direitos Humanos e à Comissão de Inclusão e Pertencimento, instâncias responsáveis por conduzir a apuração, que segue em andamento. "Eventuais responsáveis serão submetidos às medidas administrativas e legais cabíveis, conforme a legislação vigente e as normas da Universidade de São Paulo". Aluna diz que demorou para identificar as agressões Apesar de todas as agressões, a estudante confessa que demorou a perceber que os episódios se tratavam de racismo. "Dava pra ver que eu era a única a ser tratada assim. Ela sempre me desmerecia muito, eu sentia isso e, com o tempo, isso foi me consumindo. Mas eu não tinha ideia do que ela estava fazendo. Foi uma analogia que eu não tinha feito na hora, não tinha levado para esse lado". Um episódio, em particular, fez com que Priscila deixasse de frequentar a universidade ainda no primeiro semestre. Depois disso, ela não voltou para a sala de aula. "Teve uma prova e eu pedi para fazer dupla com ela e ela falou 'não vou te carregar, não vou te carregar'. Depois disso, não voltei mais pra faculdade. Tentei voltar no segundo semestre, voltei alguns dias, mas deixei de lado total. Fiquei um mês de cama. Já tinha depressão, só que se intensificou". A estudante afirma que pretende retomar os estudos no ano que vem, quando o caso for resolvido. Veja mais notícias da região no g1 Ribeirão Preto e Franca VÍDEOS: Tudo sobre Ribeirão Preto, Franca e região

FONTE: https://g1.globo.com/sp/ribeirao-preto-franca/noticia/2025/12/10/falou-que-eu-era-a-cota-do-grupo-diz-aluna-da-usp-ribeirao-que-denunciou-colega-por-racismo.ghtml


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