México decide aplicar tarifas de até 50% sobre importações da China, Brasil e outros parceiros comerciais
11/12/2025
(Foto: Reprodução) México segue exemplo de Trump e impõe tarifas de até 50% ao Brasil, China e outros países
O México seguiu o exemplo de Donald Trump e decidiu aplicar tarifas de até 50% sobre importações da China, do Brasil e de outros países.
Já era noite quando o Senado mexicano decidiu. O projeto de lei passou em caráter de urgência por 76 votos a favor, cinco contrários. Trinta e cinco senadores se abstiveram, alegando que a lei foi preparada às pressas, influenciada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e sem uma análise dos efeitos sobre a inflação.
As tarifas variam de acordo com o produto: vão de 5% a 50% sobre quase 1,5 mil itens de 17 setores. Entre eles, carros e peças, vestuário, plástico, siderurgia e eletrodomésticos. Além do Brasil e da China, países como Índia, Coreia do Sul, Rússia e África do Sul serão afetados a partir de 1º de janeiro.
A presidente mexicana, que apoia o projeto, deve sancionar a lei em breve. Claudia Sheinbaum está sob pressão de Donald Trump. Ele acusa o México de servir como porta de entrada de produtos chineses nos Estados Unidos, driblando o tarifaço americano.
O momento é crucial para o México, já que está prevista para 2026 uma revisão dos termos do acordo de livre comércio com os Estados Unidos e com o Canadá. Por isso, a última coisa que o México quer é desagradar o principal parceiro econômico.
O governo chinês afirmou que o protecionismo só trás prejuízos e que espera que o México volte atrás.
Nesta quinta-feira (11), a presidente mexicana negou que a lei tenha qualquer relação com a China. Disse que os alvos são países sem acordo comercial com o México. Mas o Brasil já tem acordos com o país em setores específicos. O México é o destino de pouco mais de 2% das exportações brasileiras. Está em sexto lugar na lista de países para os quais o Brasil mais vendeu de janeiro a novembro de 2025. Cerca de US$ 7 milhões.
A Confederação Nacional da Indústria estima que até 15% do que é exportado para o México possa ser impactado.
“Nós temos um acordo comercial em processo de negociação. No entendimento da CNI é que o governo precisa intensificar o diálogo com o governo mexicano para acelerar a assinatura desse acordo de modo a mitigar o impacto sobre os 232 produtos que foram impactados pela medida no caso do Brasil”, afirma Frederico Lamego, superintendente de relações internacionais/CNI.
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Reprodução/TV Globo
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