O que é um ferro de solda, ferramenta usada por Bolsonaro para violar tornozeleira eletrônica, segundo PF

  • 23/11/2025
(Foto: Reprodução)
Veja como ficou tornozeleira de Bolsonaro; ex-presidente admite que usou ferro de solda O ex-presidente Jair Bolsonaro teve prisão preventiva decretada neste sábado (22), depois de tentar violar a tornozeleira eletrônica com um ferro de solda. A atitude foi assumida pelo ex-presidente depois que o Centro de Monitoração da Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal recebeu um alerta de que havia algo grave com a tornozeleira de Jair Bolsonaro. 🔍O ferro de solda é uma ferramenta usada para unir peças metálicas por meio de calor. É um item comum em bancadas de eletrônicos, oficinas e muito utilizado para pequenos reparos em casa. A ferramenta funciona a partir de uma resistência interna que transforma energia elétrica em altas temperaturas, suficientes para derreter a liga metálica conhecida como solda. A ponta aquecida, geralmente feita de cobre, pode chegar a mais de 400 °C. Quando encosta na solda, derrete o material e permite que ele se espalhe entre dois componentes. Ao esfriar, essa solda solidifica e cria uma conexão firme, garantindo contato elétrico e resistência mecânica. O equipamento é mais comumente usado para montar e consertar placas eletrônicas, fixar fios e reparar aparelhos domésticos. Modelo de ferro de solda (imagem ilustrativa). Divulgação Entenda a prisão O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi preso em casa na manhã deste sábado (22) e levado à sede da Polícia Federal em Brasília. Ele vai passar por uma audiência com um juiz neste domingo (23). 🔎A audiência de custódia serve para que um juiz verifique se a prisão foi realizada dentro da legalidade e se houve respeito aos direitos fundamentais do detido. O procedimento é obrigatório, mesmo em prisões ordenadas pelo STF. A prisão é preventiva, sem prazo determinado, e foi solicitada pela PF ao Supremo Tribunal Federal (STF). A Procuradoria-Geral da República (PGR) concordou com a prisão. Em vídeo feito durante a inspeção da tornozeleira, o ex-presidente é questionado por uma agente sobre avarias na tornozeleira. A cena se passou na casa de Bolsonaro, durante a madrugada. No vídeo, aparecem a perna de Bolsonaro com a tornozeleira e as marcas de violação. A agente mostra o equipamento para a câmera e pergunta ao ex-presidente o que tinha ocorrido. Bolsonaro respondeu que tinha usado ferro de solda no aparelho. Agente: Equipamento 85916-5. O senhor usou alguma coisa para queimar isso aqui? Jair Bolsonaro: Meti um ferro quente. Agente: Ferro quente? Bolsonaro: Curiosidade. Agente: Que ferro foi? Ferro de passar? Bolsonaro: Não. Ferro de solda. De soldar. Agente: Ferro de solda, aquele que tem uma ponta? Bolsonaro: Sim. Agente: Está certo. O senhor tentou puxar a pulseira também? Bolsonaro: Não, não, não, não. Agente: Não? Bolsonaro: Não rompi a pulseira não. Fica tranquila. Agente: Tá. A pulseira aparentemente está intacta, mas o case foi violado. Que horas o senhor começou a fazer isso, senhor Jair? Bolsonaro: Ah, já no final da tarde. Agente: Final da tarde? Está certo. Essa tampa chegou a soltar ou não? Bolsonaro: Não. Não soltou não. Está tudo em paz. Tudo em paz aqui. O ex-presidente Jair Bolsonaro foi condenado a 27 anos e 3 meses de prisão Pablo Porciuncula/AFP Tornozeleira passará por perícia da PF Mesmo com o relatório da Secretaria de Administração Penitenciária do DF, a tornozeleira avariada por Bolsonaro seguiu para perícia no Instituto Nacional de Criminalística, da PF, que tem o prazo legal de até dez dias para entregar um relatório. O prazo deve ser menor porque esse tipo de perícia é considerado simples. 🔎A parte do equipamento que foi queimada com um ferro de solda, segundo um profissional que acompanha o caso, é o "coração" da tornozeleira, onde ficam os sensores de localização e integridade e toda a parte eletrônica do aparelho. Tanto essa parte como a pulseira, que prende o equipamento ao tornozelo, têm sensores que disparam se forem danificados, segundo o profissional. Cronologia Relembre a cronologia dos movimentos que resultaram na prisão de Bolsonaro na Superintendência da PF em Brasília: Por volta das 17h de sexta-feira (21) Senador Flávio Bolsonaro (PL-SP) convoca, pelas redes sociais, uma vigília próxima à casa do ex-presidente Jair Bolsonaro, no bairro Jardim Botânico, em Brasília. O convite previa que a vigília começaria às 19h deste sábado (22). Por volta das 23h de sexta-feira (21) A Polícia Federal pede ao Supremo Tribunal Federal (STF) a prisão preventiva de Bolsonaro com base na convocação feita por Flávio. A PF afirmou haver "a possibilidade concreta de que a vigília convocada ganhe grande dimensão, com a concentração de centenas de adeptos do ex-presidente nas imediações de sua residência, estendendo-se por muitos dias, de forma semelhante às manifestações estimuladas pela organização criminosa nas imediações de instalações militares, especialmente no final do ano de 2022". Para a PF, havia risco de a vigília dificultar que Bolsonaro cumprisse a pena de prisão no processo da tentativa de golpe, que está próximo de ser encerrado. "Tal fato [a vigília] tem o condão de gerar um grave dano à ordem pública, podendo inclusive inviabilizar o cumprimento de eventuais medidas em decorrência do trânsito em julgado da ação Penal 2.668/DF [da trama golpista], ou exigir o indesejável emprego de medidas coercitivas pelas forças de segurança pública para o seu cumprimento, colocando em risco a segurança de moradores do condomínio de residência e imediações, apoiadores, policiais designados para a missão e até mesmo o condenado e seus familiares", afirmou a PF. 0h08 de sábado (22) Em paralelo ao pedido da PF, o Centro Integrado de Monitoração Eletrônica (Cime), ligado à Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal, registra a "ocorrência de violação" da tornozeleira eletrônica usada por Bolsonaro. O Cime informou nesta manhã, em nota, que não fornece detalhes sobre casos concretos. Alexandre de Moraes registrou a comunicação do órgão. "O Centro de Integração de Monitoração Integrada do Distrito Federal comunicou a esta Suprema Corte a ocorrência de violação do equipamento de monitoramento eletrônico do réu Jair Messias Bolsonaro, às 0h08min do dia 22/11/2025. A informação constata a intenção do condenado de romper a tornozeleira eletrônica para garantir êxito em sua fuga, facilitada pela confusão causada pela manifestação convocada por seu filho", escreveu o ministro. 1h25 de sábado (22) Acionado por Moraes, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, assina um parecer da Procuradoria-Geral da República (PGR) informando que não se opunha à prisão preventiva solicitada pela PF. "Diante da urgência e gravidade dos novos fatos apresentados, a Procuradoria-Geral da República não se opõe à providência indicada pela Autoridade Policial", afirmou Gonet ao Supremo. Ordem de prisão Moraes decreta a prisão preventiva do ex-presidente por ver risco de fuga nos fatos novos — a vigília convocada por Flávio e a tentativa de violação da tornozeleira eletrônica. A decisão é tomada na madrugada, após o ministro consultar a PGR — não há um horário expresso no documento. "Não bastassem os gravíssimos indícios da eventual tentativa de fuga do réu Jair Messias Bolsonaro acima mencionados, é importante destacar que o corréu Alexandre Ramagem, a sua aliada política Carla Zambelli, ambos condenados por esta Suprema Corte; e o filho do réu, Eduardo Nantes Bolsonaro, denunciado pela Procuradoria-Geral da República no Supremo Tribunal Federal, também se valeram da estratégia de evasão do território nacional, com objetivo de se furtar à aplicação da lei penal", afirmou Moraes na decisão. O ministro determina que a prisão seja cumprida na manhã deste sábado, "com todo o respeito à dignidade do ex-presidente [...], sem a utilização de algemas e sem qualquer exposição midiática", e que Bolsonaro fique recolhido na Superintendência da Polícia Federal no Distrito Federal. Por volta das 6h de sábado (22) A PF vai até o condomínio do ex-presidente e cumpre a ordem de prisão. Bolsonaro é levado em um comboio de veículos para a Superintendência da PF, na Asa Sul, em Brasília.

FONTE: https://g1.globo.com/politica/noticia/2025/11/23/o-que-e-um-ferro-de-solda-ferramenta-usada-por-bolsonaro-para-violar-tornozeleira-eletronica-segundo-pf.ghtml


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