Petroleiros entram em greve por reajuste salarial e melhores condições de trabalho em Cubatão
15/12/2025
(Foto: Reprodução) Petroleiros do litoral de SP entram em greve por melhores condições de trabalho
Os petroleiros do litoral de São Paulo entraram em greve nesta segunda-feira (15) por tempo indeterminado. A categoria, formada por cerca de 3 mil profissionais, protesta contra a falta de avanço na negociação do Acordo Coletivo de Trabalho 2025-2026 com a Petrobras.
Entre as reivindicações estão aumento de 10% nos salários, reajuste no vale-refeição e mudanças nas escalas de trabalho. A equipe de reportagem entrou em contato com a Petrobras, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.
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A paralisação atinge unidades estratégicas como a Refinaria Presidente Bernardes, em Cubatão (SP), além de terminais e plataformas no litoral paulista, incluindo o Terminal Aquaviário da Alemoa, o Terminal de Pilões e a sede do Pré-sal no Valongo, em Santos.
De acordo com o Sindicato dos Petroleiros do Litoral Paulista (SindiPetro LP), os trabalhadores da região respondem por cerca de 60% da produção nacional.
Petroleiros de Cubatão (SP), em greve.
Fernando Skillo/AT
Ao g1, o diretor Adaedson Costa afirmou que a greve busca maior valorização da categoria. "Queremos uma Petrobras que, sim, pague dividendos, mas que também valorize seus trabalhadores, que se expõem, adoecem e até morrem para gerar essa riqueza".
Costa destacou que o principal mote da paralisação é buscar mais isonomia no sistema Petrobras, o fim da escala 6x1 e condições que garantam dignidade e qualidade de vida aos trabalhadores.
Principais reivindicações
💰Fim dos Planos de Equacionamento de Déficit (PEDs) da Petros
A categoria reivindica o fim dos descontos extras do PED, que reduzem salários, aposentadorias e pensões, e exige que a Petrobras assuma maior responsabilidade no equilíbrio do fundo de previdência da Petros
💸Reajuste salarial
Reajuste de 10% no salário base, para compensar perdas acumuladas nos últimos anos
🍽️Vale-refeição
A categoria reivindica que a Petrobras equipare o valor da alimentação dos trabalhadores em operação ao dos funcionários das áreas administrativas, que recebem cerca de R$ 2 mil, garantindo isonomia no benefício
📑Garantias para contratados
Pedem mais segurança para os petroleiros terceirizados, com contratos de 2 a 5 anos, garantindo estabilidade e clareza sobre recontratações ou rescisões
💼Isonomia na escala de trabalho
Os trabalhadores querem o fim da escala 6x1 e mais autonomia na definição das jornadas. Os trabalhadores exigem que todos cumpram 200 horas mensais, em vez das 240 impostas aos terceirizados, garantindo isonomia entre concursados e contratados
🎓Retomada do Programa Jovem Universitário
Petroleiros pedem o retorno do programa que custeava uma parte da formação universitária de filhos dos trabalhadores que ingressassem em cursos que atendiam às atividades afins da Petrobras, como engenheiros e médicos.
🕰️Fim do banco de horas
A categoria exige o fim do banco de horas, especialmente nas áreas industriais, onde os trabalhadores estão expostos a condições de periculosidade. Isso faz com que eles passem mais tempo em risco sem a devida remuneração adicional.
Greve dos trabalhadores da Petrobras em Cubatão (SP).
Fernando Skillo/AT
Terceira proposta recusada
Desde setembro, a categoria negocia com a Petrobras, que apresentou três propostas consideradas insuficientes pelos trabalhadores. A última oferta não contemplou as principais reivindicações, o que levou à decisão pela paralisação.
"A Petrobras fez três propostas, mas todas trouxeram mais vantagens para a empresa do que para os trabalhadores. Não houve avanços significativos em nossas demandas, como a reposição do ganho real, a negociação com os aposentados, e o programa Jovem Universitário", afirmou o diretor do sindicato.
Edifício-sede da Petrobras, no centro do Rio
Marcos Serra Lima/g1
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