Prefeito Weber Manga é investigado por contrato milionário para compra de uniformes em Votorantim
11/12/2025
(Foto: Reprodução) Weber Manga, prefeito de Votorantim (SP)
Mike Adas/TV TEM
O prefeito de Votorantim (SP), Weber Manga (Republicanos), agora é alvo de investigação do Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP) no caso que envolve a compra milionária de uniformes escolares do município. A decisão de torná-lo investigado é de quinta-feira (11).
O contrato no valor de R$ 7,6 milhões foi firmado por meio de uma ata de Cuiabá (MT) e o pagamento foi suspenso pelo Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE-SP). A Prefeitura de Votorantim alegou que não foi notificada da decisão.
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A representação foi feita ao MP por um morador de Votorantim. O promotor Josmar Tassignon Junior é o responsável pelo procedimento. Em setembro, a prefeitura havia sido questionada pelo órgão sobre os detalhes do contrato.
A resposta foi encaminhada poucos dias após o prazo. Nela, a prefeitura justificou a contratação e disse que tudo foi feito seguindo a legislação. O promotor, no entanto, afirmou que, pelo valor excessivo do contrato, existe a necessidade de aprofundamento no caso, principalmente com relação ao preço pago pelos produtos e a compra feita por uma ata de outro estado.
Pagamentos suspensos
Em agosto, o g1 publicou uma reportagem sobre o início das investigações pelo TCE-SP. Na época, o Tribunal de Contas do Estado de São Paulo suspendeu cautelarmente um pagamento de R$ 7,6 milhões da Prefeitura de Votorantim para a compra de uniformes escolares para a rede municipal. A denúncia foi representada por um morador da cidade e moradores reclamaram da qualidade do material.
De acordo com o documento, o conselheiro do TCE aponta irregularidades na contratação, como a ausência de justificativa para a escolha dos fornecedores que fizeram a cotação de preços, conforme exige a Lei de Licitações (14.133/2021).
O que diz a prefeitura
A Prefeitura de Votorantim afirmou que ainda não houve notificação formalmente pelo Ministério Público sobre a investigação. Alegou também que já havia encaminhado ao MP todas as respostas requisitadas. Lembrou que em setembro foi instaurado processo administrativo pela Secretaria competente, com o objetivo de esclarecer a situação aos órgãos fiscalizatórios.
"Quanto ao pagamento à empresa CB News, o processo administrativo segue em análise técnica e, por cautela, o pagamento permanece suspenso até a conclusão das verificações. Reafirmamos nosso compromisso com a transparência, a legalidade e a plena colaboração com os órgãos de fiscalização."
Vida simples e dados contraditórios
Empresas de contratos públicos milionários em Votorantim têm dados contraditórios
Uma investigação da TV TEM revelou divergências nos registros de duas empresas que mantêm contratos milionários com a prefeitura de Votorantim (SP) em negócios na área de educação. Apesar dos valores envolvidos, as proprietárias levam uma vida simples, sem ostentar nas redes sociais ou em seus endereços oficiais.
Segundo a Junta Comercial, a atual dona da CB News, responsável pelo fornecimento de uniformes escolares em Votorantim, é Nadyla Torres de Almeida. No endereço informado em Mauá, porém, moradores afirmaram não ter ligação com ela. A reportagem descobriu que Nadyla vive em um bairro carente de Diadema, mesma cidade da antiga proprietária, Camila Souza Costa.
Camila aparece hoje como dona da Global Atacadista, empresa que possui contrato de R$ 3,4 milhões com a Prefeitura de Votorantim para fornecimento de alimentos às escolas. No entanto, o endereço registrado por ela na Jucesp é um apartamento desocupado no Belenzinho, em São Paulo.
A CB News acumula mais de 60 contratos com prefeituras paulistas desde 2021, somando mais de R$ 90 milhões. Após assumir a empresa em agosto de 2022, Nadyla viu o capital social saltar de R$ 250 mil para R$ 1,5 milhão, valor que hoje ultrapassa R$ 5 milhões.
Antes dela, Camila esteve à frente da CB News entre junho e agosto de 2022, com capital de R$ 125 mil. Ao se desligar, abriu a Global Atacadista, que já possui capital de R$ 6 milhões e negócios com dez prefeituras.
Apesar dos contratos milionários, a vida das empresárias não reflete os ganhos. Camila Costa, além de comandar a Global Atacadista, recebe R$ 750 mensais do Bolsa Família, totalizando quase R$ 13 mil em benefícios. Já Nadyla não se apresenta nas redes sociais como empresária e compartilha apenas momentos de rotina simples.
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