Reserva de Presidente Epitácio recupera Mata Atlântica há mais de 30 anos e faz registros raros da fauna local
03/12/2025
(Foto: Reprodução) COP 30 termina com expectativa por documento final; projeto de Pres. Epitácio é destaque
A transformação de um pasto degradado em uma reserva de floresta nativa às margens do Rio Paraná, em Presidente Epitácio (SP), é hoje um dos projetos de restauração ambiental mais sólidos do oeste paulista.
Há mais de 30 anos, a Associação em Defesa do Rio Paraná, Afluentes e Mata Ciliar (Apoena) trabalha para recompor a vegetação da região e recuperar áreas impactadas pela instalação da Usina Hidrelétrica de Porto Primavera.
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O resultado desse esforço aparece tanto na paisagem quanto na biodiversidade: já são 1,5 milhão de mudas de espécies nativas plantadas, trilhas repletas de vegetação madura e o retorno de animais que antes não eram vistos no local.
Segundo o presidente da Apoena, Djalma Weffort, quando o grupo iniciou o trabalho, ainda na década de 1980, o cenário era desolador: erosão, assoreamento e solo completamente deteriorado.
"Encontramos um pasto altamente degradado e, aí, começamos a fazer um trabalho de formiguinha, vamos dizer assim, plantando mudas, árvores, fazendo a conservação do solo, e chegamos a um momento de colheita, que é a floresta de volta", explicou Djalma.
A reserva possui mil hectares, com áreas de mata fechada que contrastam com a grandiosidade do Rio Paraná. A ONG desenvolve projetos contínuos de restauração, educação ambiental e manejo sustentável do bioma.
Uma das estruturas que sustentam o trabalho é o viveiro da associação. Ele tem capacidade para produzir até 400 mil mudas de 70 espécies diferentes, todas nativas da Mata Atlântica da região.
Outro destaque é a chamada "galharia", um ambiente formado por troncos e galhos que atrai pequenos animais e cria microecossistemas importantes para o equilíbrio da fauna.
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Viveiro produz 400 mil mudas por ano em Presidente Epitácio
Reprodução/TV TEM
Fauna
A recomposição da vegetação criou condições para que animais típicos do bioma voltassem a circular pela região. Armadilhas fotográficas instaladas na reserva têm registrado espécies cada vez mais diversas.
O coordenador de campo, Genildo Roberto de Oliveira, trabalha na Apoena há 17 anos e acompanha essas mudanças de perto.
"Animais que a gente nem sonhava que tinham aqui, como o tamanduá menino com o filhote, hoje tem. O tamanduá-bandeira, casal de anta também. Isso é muito gratificante para nós", contou.
Mesmo com avanços, o trabalho de recuperação ambiental enfrenta obstáculos, como o desmatamento ilegal e a necessidade de políticas de conservação mais rígidas e permanentes.
A reserva, que nasceu para recuperar um impacto ambiental histórico, hoje se consolida como um exemplo regional de reflorestamento, biodiversidade e resistência.
1,5 milhão de mudas de árvores nativas transformam a paisagem atual às margens do Rio Paraná em Presidente Epitácio
Reprodução/TV TEM
Antes às margens do Rio Paraná, em Presidente Epitácio, não havia tantas mudas de árvores plantadas
Arquivo
Antas são registradas pela Apoena em Presidente Epitácio
Reprodução/Apoena
Tamanduá são vistos pela Apoena em Presidente Epitácio
Reprodução/Apoena
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