Roraima tem presença de facções criminosas em 13 dos 15 municípios; PCC domina

  • 20/11/2025
(Foto: Reprodução)
Presença de facções cresce e chega a 45% das cidades da Amazônia Facções criminosas atuam em 13 das 15 cidades de Roraima, segundo um estudo divulgado nesta quarta-feira (19) pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP). Ele indica que o Primeiro Comando da Capital (PCC), facção paulista considerada uma das maiores do país, domina a criminalidade no estado. Os municípios com presença de facções são: Alto Alegre, Amajari, Bonfim, Cantá, Caracaraí, Caroebe, Iracema, Mucajaí, Normandia, Pacaraima, Rorainópolis, Uiramutã e a capital Boa Vista. Apenas São Luiz e São João da Baliza não tem atuação confirmada dos grupos. 📱 Clique aqui para seguir o canal do g1 RR no WhatsApp O Fórum mostrou, em 2024, que as facções criminosas atuavam em 14 dos 15 municípios de Roraima e que só Uiramutã, proporcionalmente mais indígena do país, não registrava grupos criminosos. O cenário, no entanto, mudou. O novo levantamento faz parte da 4ª edição do relatório Cartografias da Violência na Amazônia, que abrange os estados da Amazônia Legal. Os pesquisadores identificaram a presença de ao menos três grupos em Roraima: Primeiro Comando da Capital (PCC); Comando Vermelho (CV); Tren de Aragua, facção de origem venezuelana. Placa de trânsito na RR-205, que dá acesso a Terra Indígena Raposa Serra do Sol, pinchada com sigla do PCC. Laboratório Amazônia, ilegalismos e violência/Fórum Brasileiro de Segurança Pública/Reprodução O estudo aponta que o PCC atua em todas as cidades onde há facções, seja controlando o território ou disputando espaço com outros grupos. A facção tem domínio exclusivo em Amajari, Cantá, Caroebe, Normandia e Uiramutã. Nos outros oito municípios, o PCC divide ou disputa áreas com o CV e com facções venezuelanas, entre elas a Tren de Aragua (veja no mapa mais abaixo). ➡️ Três municípios concentram as três facções: Pacaraima, na fronteira com a Venezuela, Mucajaí, Sul do estado, e Boa Vista. Veja onde estão as facções na Amazônia Legal LEIA TAMBÉM: Presença de facções cresce e chega a quase metade das cidades da Amazônia Legal Pesquisa revela que PCC atua com garimpo ilegal há quase 10 anos na Terra Yanomami Estupros crescem na Amazônia, e facções submetem mulheres a normas de comportamento O estudo destaca que, apesar de haver indícios da presença de grupos criminosos venezuelanos em Roraima, ainda faltam evidências sólidas que comprovem uma estrutura formal da facção no estado. Um relatório de inteligência da polícia apontou que integrantes da Tren de Aragua disputam o controle do tráfico de drogas em diferentes áreas da capital, o que tem gerado homicídios e tentativas do crime. De janeiro até o início de outubro de 2025, mais de 50 migrantes foram vítimas dos dois tipos de crime. Na área de fronteira, há indícios de que a Tren de Aragua atue como um braço do “Sistema”, nome dado a uma rede criminal transnacional formada por grupos venezuelanos. Essa rede movimenta combustível, ouro, drogas e armas vindos da Venezuela e, em alguns casos, da Guiana. "Não se descarta que essas redes estejam igualmente vinculadas a esquemas de lavagem do ouro ilegal extraído no Brasil", cita trecho do estudo. Rota clandestina para desvio de produtos na fronteira entre Brasil e Venezuela no município Pacaraima (RR). Laboratório Amazônia, ilegalismos e violência/Fórum Brasileiro de Segurança Pública/Reprodução O relatório também aponta que Uiramutã, na tríplice fronteira com Venezuela e Guiana, funciona como ponto estratégico das rotas ilegais. Na região, atuam o PCC e grupos venezuelanos que exploram garimpos em território guianense. Em Pacaraima, a atuação é semelhante: o município funciona como corredor logístico para o desvio de combustível, equipamentos e outros insumos. Os produtos seguem por trochas — como são chamadas as rotas clandestinas — até áreas de mineração dentro da Venezuela. Facções na Terra Yanomami O relatório também identificou a atuação de facções brasileiras, principalmente PCC e CV, no narcotráfico na Terra Indígena Yanomami (TIY). Segundo o estudo, os grupos podem atuar no financiamento, transporte e segurança do garimpo ilegal, controlando rotas aéreas e fluviais. A edição anterior do relatório já havia apontado que o PCC atua desde 2015 em áreas de garimpo ilegal dentro da Terra Yanomami. 👉 De difícil acesso, a Terra Yanomami é o maior território indígena do país e está localizado entre os estados de Roraima e Amazonas. Nos últimos anos, a região enfrentou o aumento desenfreado do garimpo ilegal no território, com episódios de violência armada e mortes violentas. Neste contexto, nos últimos anos, a atuação do PCC na região passou a ser a do narcogarimpo, com venda de drogas e exploração de ouro e cassiterita. Buracos deixados pelo garimpo ilegal na Terra Yanomami. Samantha Rufino/g1 RR/Arquivo De acordo com o novo estudo, o ouro retirado ilegalmente é usado para lavar dinheiro do tráfico de drogas e da exploração sexual. As facções também fornecem armas, combustível e insumos aos garimpeiros e mantêm pontos de controle e cobrança de taxas dentro do território. Essa atuação, segundo o estudo, transformou o garimpo em uma atividade criminosa completa e militarizada, com forte impacto humanitário, incluindo aumento da violência sexual, da mortalidade infantil e da contaminação por mercúrio. Leia outras notícias do estado no g1 Roraima.

FONTE: https://g1.globo.com/rr/roraima/noticia/2025/11/20/roraima-tem-presenca-de-faccoes-criminosas-em-13-dos-15-municipios-pcc-domina.ghtml


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