Trump quer atualizar Doutrina Monroe, usada por dois séculos pelos EUA para interferir na América Latina

  • 05/12/2025
(Foto: Reprodução)
Estados Unidos querem aumentar a influência na América Latina A nova Estratégia de Segurança de Donald Trump defende que os Estados Unidos restaurem protagonismo no Ocidente, e isso significa aumentar a presença militar na América Latina. Em quatro frases, a explicação do que o governo Trump “quer” para as Américas, chamadas no documento de “Hemisfério Ocidental”: queremos garantir que o Hemisfério Ocidental permaneça razoavelmente estável e com governos bons o suficiente para impedir e desencorajar a migração em massa para os Estados Unidos; queremos um hemisfério com governos que cooperem conosco contra narcoterroristas, cartéis e outras organizações criminosas transnacionais; queremos um hemisfério em que países de fora não façam invasões hostis ou tomem posse de recursos estratégicos, e que apoie cadeias de suprimentos essenciais; e queremos garantir nosso acesso contínuo a locais estratégicos importantes. E então completa: em outras palavras, vamos assegurar e impor o “Corolário de Trump” à Doutrina Monroe. E, em 1823, o presidente americano James Monroe anunciou a política externa que levaria seu nome. O lema era “A América para os americanos”. “O presidente dos Estados Unidos declarava que potências europeias não devem mais interferir na América Latina. Isso, para nações recém-independentes, ainda bastante vulneráveis, não era necessariamente uma coisa ruim, porque para essas nações a Europa representava a principal ameaça. Então, eu chamo essa fase de 'fase idealista da Doutrina Monroe'”, diz Oliver Stuenkel, professor de Relações Internacionais - FGV Mas foi 80 anos depois, com a atualização dos princípios pelo presidente Theodore Roosevelt, que os reflexos da doutrina começaram a causar mais polêmica. Sob o pretexto de impedir a interferência europeia, os Estados Unidos ocuparam ou fizeram intervenções militares em países como República Dominicana, Haiti, Honduras, Nicarágua, Panamá e Cuba. A partir dos anos 1940, a batalha da Doutrina Monroe se vira contra o comunismo, e os Estados Unidos apoiam golpes ou regimes militares por todo o continente: Nicarágua, Chile, Paraguai, Argentina, Brasil. “A percepção que se tinha da Doutrina Monroe é muito associada à sua reinterpretação no século 20, a chamada Doutrina do Grande Porrete, que significou uma intervenção muito grande em países da América Latina. E, portanto, criando um certo sentimento de ressentimento por parte de um país muito mais poderoso que parecia usar o seu poder para violar a soberania desses demais países das Américas, diz Carlos Gustavo Poggio, professor de Relações Internacionais. “Sem dúvida, esse primeiro ano de governo Trump deu à América Latina um gostinho do que estará por vir. Trump buscou interferir nos assuntos internos não apenas do Brasil, mas também da Argentina e de outros países da região. Esse documento dá substância a esse tipo de comportamento. Então, é provável que haja outros casos, sobretudo antes de eleições, quando Washington busca dar preferência e vantagem a determinados candidatos que considera mais alinhados com a ideologia de Trump”, afirma Oliver Stuenkel. O comentarista da Globonews, Demétrio Magnoli, diz que o Novo Plano de Segurança representa uma guinada na Política Americana e mais um passo em direção ao fim do multilateralismo. "A estratégia de segurança nacional de trump é uma cisão, é uma ruptura com toda a tradição de política externa dos Estados Unidos desde a Segunda Guerra Mundial. No lugar da ideia de uma ordem internacional multilateral baseada em valores, toda a estratégia tem como fundamento a ideia de esferas de influência das grandes potências, que é uma ideia do século XIX, que Trump recupera", analisa. Trump quer atualizar Doutrina Monroe, usada por dois séculos pelos EUA para interferir na América Latina Reprodução/TV Globo LEIA TAMBÉM Governo Trump vai reajustar presença militar global para focar na América Latina Foco militar na América Latina, 'apagamento civilizatório' na Europa, olho em Taiwan: o que diz a nova estratégia militar e de política externa do governo Trump

FONTE: https://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2025/12/05/trump-quer-atualizar-doutrina-monroe-usada-por-dois-seculos-pelos-eua-para-interferir-na-america-latina.ghtml


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