Turistas agredidos em Porto de Galinhas dizem que vão processar prefeitura e governo: 'Nunca mais pisar nesse lugar'
30/12/2025
(Foto: Reprodução) Turista agredido em Porto de Galinhas diz que vai processar prefeitura e governo
O empresário Cleiton Zanatta, de 49 anos, um dos turistas agredidos por comerciantes na praia de Porto de Galinhas, afirmou que irá processar o governo de Pernambuco e a prefeitura de Ipojuca. Em vídeo compartilhado no Instagram, o empresário, junto ao seu companheiro Johnny Andrade, falam do ocorrido e dizem ter acionado seus advogados (veja vídeo acima).
"Eu queria, prefeito, que você passasse por uma situação dessa lá na praia. Eu estou intimando você a arcar com os nossos prejuízos. A gente vai processar a prefeitura [de Ipojuca], o estado de Pernambuco. E eu espero nunca mais na minha vida pisar nesse lugar", disse.
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Em vídeo publicado na manhã desta terça-feira (30) no Instagram, o casal anunciou que estava voltando para casa. Gravado no Aeroporto de Maceió, eles falam que conseguiram antecipar a viagem e que "o terror que aconteceu está passando". Eles informam, ainda, que devem chegar em Cuiabá no início da noite.
O g1 tenta contato com eles para confirmar quando vão dar entrada no processo judicial, mas não teve respostas até a última atualização desta reportagem.
A volta para casa ocorre quase três dias após as agressões, que aconteceram na tarde do sábado (27). De acordo com os turistas, a confusão começou quando o barraqueiro aumentou o preço do serviço de aluguel de cadeiras e guarda-sol sem aviso prévio.
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A prefeitura de Ipojuca se pronunciou sobre o caso nas redes sociais. Em nota publicada no perfil do Instagram, a gestão municipal lamentou o ocorrido e classificou como "grave e incompatível com os valores de respeito, acolhimento e hospitalidade que norteiam o destino".
O prefeito da cidade, Carlos Santana (Republicanos), compartilhou em seu perfil do Instagram um vídeo pedindo desculpas pelo ocorrido e divulgou medidas emergenciais adotadas pelo município (veja mais abaixo).
"Quero começar pedindo desculpas em nome de todos os trabalhadores de Porto de Galinhas. O episódio recente é lamentável e não representa a nossa história de acolhimento e respeito que sempre pautou Porto de Galinhas", disse no vídeo.
O prefeito também informou que a fiscalização na região foi reforçada com a Guarda Municipal, Procon e agentes ambientais.
Na segunda-feira (29), prefeitura de Ipojuca interditou, por uma semana, a Barraca da Maura, estabelecimento onde começou a confusão com os turistas. Além disso, os funcionários envolvidos devem ser afastados até a investigação sobre o caso ser concluído.
Turistas do Mato Grosso denunciam agressões por comerciantes na praia de Porto de Galinhas
Reprodução/TV Globo
Os barraqueiros se pronunciaram sobre o caso e negaram que as agressões foram motivadas por homofobia. Em uma postagem no Instagram, o grupo de comerciantes disse que, ao contrário do que os clientes afirmaram, eles não cobraram nenhum valor acima do combinado.
Nas imagens, o garçom Erivaldo dos Santos, identificado no vídeo como Dinho, alega que também foi agredido por um dos turistas após o casal se recusar a pagar o valor de R$ 80 pelo uso de cadeiras. Em entrevista à TV Globo, o funcionário disse que os valores do aluguel das cadeiras estavam na parte de trás do cardápio da barraca.
Relembre o caso
Turistas do Mato Grosso denunciam agressões por comerciantes na praia de Porto de Galinhas
O casal de turistas de Mato Grosso que foi espancado por comerciantes de Porto de Galinhas conta que cerca de 30 pessoas os agrediram na praia. Os socos, pontapés e cadeiradas começaram após os dois turistas se recusarem a pagar pelo uso de cadeiras e guarda-sol de praia. De acordo com as vítimas, o valor acordado previamente foi de R$ 50, mas na hora do pagamento foi cobrado R$ 80.
As vítimas precisaram pedir ajuda às equipes de guarda-vidas civis que estavam na praia. Os agentes colocaram eles na caçamba da viatura para que os comerciantes não conseguissem alcançá-los. A ação foi filmada por banhistas e mostram que os agressores também jogavam areia no rosto das vítimas.
Medidas emergenciais
Em nota, a prefeitura de Ipojuca, município do Grande Recife, lamentou e repudiou o caso. Após reunião com a polícia e o Procon, a gestão municipal divulgou uma série de medidas emergenciais para organizar o comércio no litoral.
Confira as novas medidas, divulgadas na segunda-feira (29):
reforço das ações de fiscalização na orla, com ampliação do efetivo da Guarda Municipal e da Secretaria de Meio Ambiente atuando na área;
comunicação formal à barraca para o afastamento imediato e preventivo dos garçons e atendentes envolvidos, até a conclusão das investigações;
intensificação da fiscalização para coibir práticas irregulares, como venda casada e exigência de consumação mínima;
reforço das ações de fiscalização quanto ao cumprimento do Código de Defesa do Consumidor, inclusive sobre a ação de pessoas que atuam de forma irregular como “flanelinhas”.
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